Um sujeito enfiava com força a enxada no chão, carpia. Outros o observavam. Simplesmente. E eu que passava, pensei: como é que alguém pode ter tempo e interesse de observar alguém que cava um buraco? Tão ocupado e cheio de minhocas na cabeça, emendei: o tempo não nos pertence. Tanto faz olhar ou não. Os caras olhavam a criação do buraco; eu os olhava a todos. Quem sabe alguém me olha lá do inferno ou do céu? Nunca sei quem lê as bobagens que escrevo aqui, com exceção dos eventuais comentaristas de sempre. Mas nesse exato momento não tenho para pensar mais nisso. A buzina lá fora avisa que devo ir.
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