1 de abr. de 2011

UM SONHO

Uma barra de torrone nas mãos. O cansaço me possui. No rádio, um programa esportivo me sugere encerrar a noite. O sábado se aproxima. Não tenho muito o que dizer hoje. E, no entanto, nunca estive tão cheio de idéias. Recebo um email de Hermínia, colega dos tempos da faculdade. Ela se sente nostálgica, diz, toda vez que encontra alguém dos tempos do IFCS-UFRJ. Bem, eu não sinto rigorosamente nada. Eu vivo o presente, tão somente. Tudo o que reconheço pela memória está vivo de alguma forma. Mas aquele Jg dos tempos de faculdade morreu, assim como o Jgzinho das ruas, ou o Jgzão que eu gostaria de ser. É aquela máxima do Joseph Heller: não reconheço o que fui. Enfim, o tempo me fascina e me devora. A separação entre o sujeito e o objeto traz o tempo, dizia o guru indiano. Mas quem é que quer hoje em dia saber de gurus indianos? Qualquer Jg está morto, trata-se de uma ilusão da mente. Sinto, porém, que existe algo que permanece intacto, que sobreviveu às vicissitudes e castigos da vida, que está aqui e agora, ontem e anteontem. Um estilo, talvez; ou simplesmente, um sonho.

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