24 de dez. de 2010

CARTÕES

Antigamente eram os cartões natalinos; impressos para todos os gostos e bolsos, que depois ganharam musiquinhas e efeitos de gosto duvidoso. Agora são as mensagens eletrônicas. Abri minha caixa de mensagem e tinha lá votos de boas festas de gente que nunca vi em meio a lojas, vírus e também gente conhecida, claro. Para ser sincero, nem abro as mensagens. A maioria esmagadora apresenta frases feitas ou arquivos criados em power point, coisa chata e sem criatividade. Nem posso dizer que o que vale é a intenção, porque são coisas prontas e enviadas para uma listagem, ou seja, quem envia nem sabe direito a quem está enviando. Tudo impessoal e fugaz, bem no estilo da pós-modernidade, na qual a superficialidade é a tônica. Eu me lembro da expressão do Waldo Melo ao receber meus painéis fúnebres de fim de ano - o designer, veterano em criar peças de publicidade e propaganda, que talvez esteja vivo. Lembro-me também do abacaxi que recebi pelo correio, entre outras tantas coisas criativas que existiam, boas ou não. Agora são essas malditas mensagens eletrônicas... No passado, havia de fato a intenção, independentemente do bom gosto do cartão, pois havia que se comprar, ir ao correio (cheio) e fazer uma dedicatória paralela à oficial, impressa no cartão. Agora, basta escolher um modelinho e enviar por email para uma lista com dezenas e dezenas de contatos, entre amigos, clientes, desafetos e desconhecidos.

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