6 de jul. de 2010

A CANETA MÁGICA

Ela me aguardava, sentada no degrau da escada. Assim que cheguei veio com o pacotinho azul. Disse meio sem graça que era uma retribuição... Era uma caneta com meu nome e até o estojo era personalizado. Entendo. Muitos anos sem estudar, falta de motivação e hábito, essas coisas que impedem pessoas de uma geração anterior completarem a formação. Eu vou colhendo aqui e ali essas pequenas satisfações, no anonimato do dia-a-dia, na adversidade, enfim. Não almejo o agradecimento, sequer o reconhecimento, mas a satisfação é grande quando acontecem. Certa vez, recebi um telegrama de um Diretor Acadêmico elogiando meu desempenho; outra foi o presidente do grupo Opet, destacando minha atuação. A cada dia que passa me sinto mais perto do caminho zen budista. Parece um contrasenso, afinal o que falei até agora indica um ego tremendamente inflado. Engano. Somente depois que deixei de me preocupar com os resultados é que eles começaram a acontecer. Como diria Chuangzi: ter felicidade é não procurá-la. Seja em que circunstância for, faço sempre o melhor e o melhor possível.

Um comentário:

Patrick Gomes disse...

Belas palavras mestre. Não acho que querer (ou ao menos aceitar) um reconhecimento seja algo egoísta. Algumas vezes sim, talvez. Mas creio que o que resta às mentes pensantes é exatamente o reconhecimento. Dinheiro? No Brasil, ganhar muito bem por ser um intelectual é coisa pra poucos.

O que resta é colocar o melhor do aprendizado em prática, viver o melhor que a vida tem a aferecer e sorrir com os elogios de quem também pensa.