3 de mai. de 2010

PERNAS A LA GREGA

Tinha as pernas no padrão AA - esculpidas por Apolo e Afrodite. Desfilava pelas ruas da Tijuca a diva da minissaia para deleite dos peões de obra. Casou, mas continuou com as iscas de fora para desespero do marido, que ainda ouvia: ele casou comigo assim e assim vou continuar. Então, por alguns anos competiu com as maravilhas da natureza, tendo suas belas pernas emoldurado o sonho de muito marmanjo tijucano e adjacências. O marido cansou de reclamar e a vizinhança se orgulhava de "possuir" tal monumento. Um dia ela se aposentou e foi obrigada a sair da escola onde trabalhava como professora de educação física. As tarde de outono perderam a graça, pois suas pernas simplesmente desapareceram do horizonte. Contam as más línguas que pequenos vasinhos aos poucos se transformaram em grandes afluentes do Amazonas. Se as varizes pareciam incontroláveis, o que não dizer de estranhas manchas que se formavam na pele flácida? O tempo se apoderara do monumento criado por Adonis e Afrodite para transformá-lo no paraíso de Hades...

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