17 de mar. de 2010

MENINOS DE RUA

Contei 13. Estavam empilhados como sacos de lixo de plástico reciclado. Andrajos cobriam seus corpos e lhes defendia do frio e da visão recriminatória dos transeuntes. Meninos e meninas entre 10 e 15 anos, provavelmente. Todos negros e muito sujos. Um dormia de boca aberta, a baba escorria viscosa. E dormiam juntos, como uma ninhada de gatos sem mãe. De repente chegou o segurança. Tinha um porrete nas mãos. Começou a bater no chão e nos latões de lixo. Exortava os meninos de rua a saírem dali. Não podiam ornamentar de desgraça o desgraçado terminal rodoviário anexo à Novo Rio. Ficaram horripilantes de pé. Cabelos retorcidos, cheiravam a mijo e cachaça. Pareciam plantas de mangue: disformes e sem sentido. Meninas apenas por terem peito. Feias. Todos eles filhos da desigualdade social. Sabe Deus como é seu dia-a-dia...

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