21 de mar. de 2010

LUZ NO ESCURO

O outono... O brilho sem igual das tardes de outono... Hum... Ontem eu experimentei aquelas estranhas sensações... Ninguém gosta de falar do assunto. As pessoas são queridas e admiradas quando exibem um comportamento fleumático diante do mundo. Deitado, eu sentia a presença da minha própria consciência no quarto escuro. Uma fagulha apenas. O silência oprimia. Tudo o que eu gosto está em qualquer lugar menos na penumbra. Não há tradução possível. Não há como definir uma profunda manifestação de consciência, de estar milagrosamente vivo. Naquele instante eu sabia das tardes de outono, mas a única coisa que importava era o escuro. Não era possível enxergar, entretanto, alguma coisa viva respirava ali intensamente - eu! O outono me viu nascer, preenche de beleza meus olhos. Mas é na escuridão que eu brilho...

Um comentário:

MM disse...

“Outono ou não. De árvores nuas, de paredes cruas. Folhas amarelas.
Do brilho no escuro, de tudo que é puro, de uma rosa apenas.”