7 de mar. de 2010

BELEZA I

"Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental" - assim se expressou aquele que entendia de beleza como ningúem, o poeta Vinícius. É praticamente um tabu discutir um assunto que invariavelmente esbarra nos limites do "politicamente correto". Diz a lenda que um conhecido iogue do Rio de Janeiro só admita para alunos pessoas jovens e bonitas, outro caso polêmico. O fato é que a beleza existe enquanto convenção social. Não apenas a serviço da reprodução humana, como também entre as opções da reprodução do sistema capitalista. A beleza para um japonês pode ser diferente, ou situada em partes do corpo no mínimo exóticas, como o pescoço, mas não podemos negar sua existência. Um certo padrão grego predomina na maioria das nações do Ocidente, com variações locais, ainda assim "heleno" em linhas gerais. Gente bonita consegue boas oportunidades e mesmo se dar bem na vida, pelo simples fato de ter nascido "assim". A beleza, a gostosura, existe e ponto. Mas é possível problematizar a questão. Rosas de plástico e rosas de verdade podem ser belas, embora sejam essencialmente diferentes. A de plástico sequer pode ser chamada de flor, e dura muito, muito, até que a poeira do tempo a conduza ao lixo industrial; as rosas de verdade morrem e murcham rapidamente, mas são capazes de perfumar e expressar a textura única da vida. (Segue)

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