22 de fev. de 2010

VASOS DE SUCUPIRA

O prefeito de Sucupira resolveu se inserir na batalha contra os bárbaros. Brasileiros heróicos de Supira não podem ser confundidos com visogodos, ostrogodos e nomes de povos que parecem as hostes do demônio. O choque de ordem em sua cidade deverá ser mais profundo. O monobloco levou 300 mil pessoas às ruas e foram disponibilizados mil banheiros químicos, uma relação banheiro/folião muito baixa. A cidade do Rio está combatendo os mijões às custas de gastos públicos, mas a genialidade dos sucupirenses é capaz de pensar algo mais barato e efetivo. Então, neste carnaval, foi criado o banheiródromo. Ao invés de serem colocados banheiros em praças, em Sucupira as praças se transformaram em banheiros. Vasos sanitários inseridos estrategicamente por trás de árvores, bancos e monumentos - milhares e milhões ao passar do tempo. O império Ming aproveitava esterco humano na agricultura e Sucupira fez o mesmo. A propaganda nas laterais dos vasos financiará o investimento a longo prazo. A sociedade burguesa subordinou à sua lógica os sanitários, transformados em privadas. Uma sociedade socialista abomina a propriedade privada, então serão vasos socialistas - com rodinhas, recreativos, pós-modernos e civilizados. Sucupira está preparada para os jogos olímpicos, para sediar reuniões da ONU e até para show da Beyonce na praça principal se for o caso.

Um comentário:

MM disse...

Que paixão mais compulsiva é essa, hein? De escrever no blog do JG? MM é louca! Não existe! Mas sente, João. E quem pode impedir, meu Momento de Poesia? É uma tal de inexistência, que insiste em me perseguir, mas me traz a liberdade de escrever, aqui no seu blog, um pouco do muito que vem à cabeça. “Não são apenas sonhos, meras ilusões passageiras. São sentimentos reais, orgasmos palavriais, um arrepio de pelo. E tenho dito, Sucupira. Que se dane o mundo inteiro.”