3 de jan. de 2010

TURISMO EM NATAL

Ao longo da vida nunca pude dar uma de turista, por pura falta de condições financeiras, pois adoro viajar. A situação mudou depois que trabalhei para uma empresa do Sul do país. E quanto mais viajo, mais admiro o Rio. Agora mesmo acabo de chegar de Natal. Fiz um passeio sensacional pelo litoral potiguar. E da Fortaleza dos Reis Magos aos corais de Maracajaú, contando com a boa vontade dos golfinhos de Pipas ou as dunas de Genipabu, o roteiro inclui vários municípios. Em Natal cajueiro gigante vira atração, assim como em Buenos Aires o cemitério da Recoleta também é visitado. No Rio, só a Cidade Maravilhosa preencheria um roteiro. Eu poderia listar dezenas de atrações, sem contar os locais com potencial e aqueles completamente abandonados ou ainda os desconhecidos da própria população fluminense, como os Jardins Suspensos do Valongo, por exemplo. O esculacho já começa no aeroporto, o Galeão que de novo só tem o nome que o povo não usa: um elefante branco dominado pela empresa Gol. Essa empresa merece uma crônica à parte - modelo de ganância e desrespeito total por regras elementares do capitalismo moderno. Em Natal o turismo domina. Há dinheiro visível e seus efeitos colaterais: prostituição, sujeira, tráfico. Ao andar nas ruas, eu me senti como uma cédula ambulante. A tapioca cede vez ao hamburguer, a macaxeira e o cuscuz perdem terreno para o pão com manteiga. Quase desmaiei quando a vendedora da tradicional loja de artesanato me disse: - e aí, beleza? A Rede Globo está presente em cada esquina, quiosque, casa e até no fundo do mar se duvidarem. Turismo assim é, certamente, predador...

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