18 de dez. de 2009

O RAPAZ ENAMORADO

Ele entrou esbaforido e disse: - prof. deixa a X refazer a questão número um. Ela estava muito nervosa... O meu primeiro impulso foi dizer não. Afinal, terminou, assinou e entregou a prova, é caso encerrado. Mas ele continuou: - pode tirar os pontos da minha prova, eu não ligo tanto assim, mas ela está mal, professor! Tire pontos de mim, mas dê a ela uma nova oportunidade. Vacilei. Lembrei de uma reflexão que fiz recentemente:
"Parece uma piada acreditar no amor em tempos de pós-modernidade, de pessoas descartáveis e divertidas, que procuram o consumo e a futilidade sem alma dos shoppings. "
Olhei o rosto cheio de espinhas do rapaz e vi as faíscas de um sentimento belo e generoso. Então, eu lhe disse: - diga a ela que venha, então! A moça fez lá o que queria fazer, deu um sorriso envergonhado e novamente saiu. O enamorado voltou e me agradeceu com um sorriso radiante. Saíram abraçados e eu pensei na força dos bons sentimentos. Eu acredito sinceramente nisso...

3 comentários:

Unknown disse...

Que bonitinho!!!Eu ainda acredito muito no sentimento puro e nobre, mesmo sociedade de hoje colocando uma etiqueta de preço no amor como se fosse um acessório.

Patrícia Galvão disse...

O que é isso? Parece que meus olhos estão se afogando...
Em Algum Luagr do Tempo.

Patrícia Galvão disse...

P.S.:Não por eles, por você. Um Lord dos Tempos.

Em Algum Lugar do Tempo