7 de ago. de 2009

QUATRO E MEIA

A lua parecia uma dançarina sem ventre, ilusão provocada pelo movimento rápido das nuvens. Vento, madrugada e vultos em cada esquina, imaginários... Eu ouvia apenas os meus próprios passos e as batidas do coração. Levava uma carteira, um celular, um livro e alguns sonhos. Tinha algumas idéias impublicáveis e inexequíveis. Madrugada. O vento frio, eu admirava o fundo de onde sei que está a lagoa. Recebi mensagens no celular. Sorri. É bom ser lembrado. Inspirei o ar pesado do ônibus e dormi o sono dos injustos. Eu penso nos problemas das pessoas amigas. Penso nas limitações, penso e penso... e o pensamento invade o sono da poltrona. Enquanto o ônibus comia os quilômetros, eu mastigava o futuro. Nessas horas meu estilo é aquele dos velhos tempos. Eu experimentei muita alegria essa semana, não obstante a vitória do mal, diga-se, José Sarney. Quatro e meia da manhã. Todos dormem, meu pensamento é um cobertor de bons pensamentos - que Deus proteja a todos...