28 de nov. de 2008

UM TRAGO

Ele me disse que tinha dado um empurrão na namorada para que ela não fosse tão grudenta. Não comentei porque não me dizia respeito, mas não entendo como em pleno III Milênio existam mulheres que se submetem a agressões. Fiquei pensando no assunto ao som de Amy Winehouse, enquanto sua voz de escárnio preenchia a noite. Aumentei o som e pisei no acelerador. O carro tragava o horizonte e eu repassei o dia. Lembrei-me de um pedido de socorro e meu cansaço com os problemas humanos. Parecem todos iguais, mudam apenas os nomes. Por entre as tantas luzes da rodovia era possível distinguir as nuvens escuras do céu noturno. Já a Lagoa de Araruama estava quieta, pensativa como eu. Abri a garagem e fui abraçado pelo silêncio. Mergulhei no vazio...

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