A professora sorriu e parabenizou os alunos. A seguir, pediu para que saíssem. A banca era composta por três membros que deveriam avaliar as apresentações no evento. Então, a veterana docente fechou o rosto. Ela tem a voz de cantora de música gospel americana, negra, corpulenta e transbordante de energia. Disparou zero aqui e ali e disse aos demais membros que deveríamos ter uma avaliação parecida. Eu observei o semblante da professora e disse: "Não, podemos ter uma avaliação parecida porque pensamos diferente". Ela me olhou profundamente, considerando-me talvez um mero insolente. E concluí: "vocês nunca apresentaram um trabalho? Não tiveram uma primeira vez?" Não os convenci. Mas deixei bem marcada a minha posição. Sim, é verdade, os trabalhos eram fracos teoricamente; possuíam erros conceituais; a comunicação oral em geral foi vacilante. Mas foram brilhantes em disposição, entusiasmo e dedicação. Estavam ali, quando outros amarelaram, com seus trabalhos, seus trabalhos, isto é, não estavam contaminados pela praga que contamina as instituições escolares, o plágio. E tem mais: não gosto de gente que ri pela frente e mete o malho pelas costas; de gente que só vê o defeito, sem procurar nenhuma qualidade; daqueles que se acham mais importantes que os outros, enfim.
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