31 de mai. de 2011

RIMEI!

Purgar até a raiz e pensar até sentir dor. Na transição entre o outono e o inverno arrepiar o cabelo do braço e beber até cansar o baço. Nada disso, pura força de expressão agora. Eu ouvia há minutos a música da névoa sob a tarde-noite que anuncia a lua. Fico pasmo ante a conclusão de que não saio do lugar. O tom é seco e sórdido - o refrão de um pesadelo sem fim. Purgar. A convicção de que a mais alta sabedoria não é transformadora. E dizem que sou pós-moderno, mas eu me vejo apenas como um ser antediluviano. Na média, não: apenas pão com manteiga. Alguém pode dizer que não estou sendo nem um pouco claro. Claro, estou apenas sendo eu mesmo e não um amontoado de clichês sociais ou linguísticos. Para ser entendido, é necessário uma aniquilação sublime, da qual sempre fugi interna e socialmente. Em outras palavras, eu disse em sala de aula: por que somos capazes de defender idéias das quais nem desconfiamos a origem? Essa frase não ficou muito boa. Aliás, no conflito entre poesia e filosofia quem geralmente perde é a grafia. Rimei!

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