5 de ago. de 2010

LEMBRAR E ESQUECER

Sentei e dormi. A neblina envolvia a estrada. Ao acordar me deparei com a Alameda entupida, mas o corredor viário faz com que os ônibus tenham agora boa vida. Peguei a barca e não me recordo de qualquer um daqueles rostos. Andei e andei e não me lembro dos rostos. Escrever aqui, agora e hoje, é a última coisa que faço. Já escovei os dentes e fiz xixi. Não me lembro dos rostos. No Magazine sei-lá-das-quantas avistei aquela moça, a... que trabalha no... não sei, não sei. Participei de uma reunião e tomei café na padaria, não lembro de ninguém, da balconista ou da abelha que perturbava aquele senhor cujo rosto eu não me lembro. E no entanto, estamos todos aqui, juntos, interagindo, consumindo e se esquecendo. Eu ia dizer alguma coisa e esqueci. Repentinamente, acordei sem vontade de lembrar de nada.

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