30 de jun. de 2010

MADRUGADA

Neblina espessa. Meu corpo é uma faca encolhida. A lua envolvida em gaze se despedia aos poucos. O corpo está dolorido. Coisa inútil: quantas vezes fiz o mesmo caminho nesses últimos anos? Quantas vezes a mesma lua cúmplice estava no céu? Prefiro o outono ao inverno. Da janela do ônibus eu vi o sol nascer enrubescido nos braços do horizonte. Madrugada silenciosa de pessoas agasalhadas. Dentro do ônibus os cheiros podres de noites e dentes, estômagos e sexos. Gente é assim: sem cuidados, fede. Registro minhas impressões, a intenção é eternizar este vazio emprenhado de pensamentos meus.

Um comentário:

Fabíola Salustiano disse...

poxa...um almoço tão bom...e viu a lua com os mesmos olhos...afff...