29 de mai. de 2010

AS RAINHAS E O GATO RISONHO

Eu dei meia volta sem acreditar muito no que estava lendo. Ainda assim, eu sou movido a sonhos. A lua sorria discreta por entre nuvens. Algumas olheiras e um dia estafante, mas vivo eu estava, ora se não! O coelho me chamava. A carruagem negra deslizava sem se importar com os odores fétidos da Lagoa de Araruama. Não ouvi os conselhos da lagarta e assim adentrei o mundo das rainhas. A rainha das borboletas e a rainha do marrocos. O chapeleiro louco aguardava e fingiu que era cego. Por duas garrafas de vinho e dois bolinhos de bacalhau eu citava Freud às escondidas, certo de que o Valete de Copas no fundo me entendia. Ele roubou as tortas da rainha e pedaços do seu nariz. É verdade, eu escrevo coisas sem sentido porque parei de procurar sentido, apenas sinto... A rainha do marrocos riu como quem ilumina o deserto dos tempos em que Ceuta era portuguesa. Duas rainhas pobres ou ricas, a escolha é sua. Das garrafas brotavam palavras sem consequência ou pudor, cabelos em azulejos e aplicações de silicone em bundas de bacalhau. A rainha das borboletas me ofereceu sua irmã em casamento, a que é casada há séculos com lord tartaruga. Não, obrigado. Após 789 anos de vida, eu não me contento com menos, sou o Gato Risonho. Voltei. Dr. House me ouvia com expressão marota e eu lhe disse: morri!

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