14 de mar. de 2010

OS ROYALTIES DO PETRÓLEO

Vou ser categórico. A votação da emenda Ibsen Pinheiro provou que a idéia de Brasil, em termos de identidade, é falaciosa. Na prática o que vale é a máxima popular: "farinha pouca meu pirão primeiro". O Rio de Janeiro tem servido ao Brasil desde que se tornou sua capital, de 1763 até 1960. Foi bom para o que hoje é a cidade do Rio de Janeiro, mas criou disparidades entre a cidade e o restante do estado fluminense. Quando a capital foi transferida para Brasília, o estado entrou em grande marasmo econômico. De garota de Ipanema a baranga do subúrbio foi um pulo. Nem sua vocação para o setor de serviços foi suficiente para compensar as perdas. As estatais foram para Brasília e as indústrias para São Paulo. Ao contrário de São Paulo, o interior não estava integrado à capital. O petróleo foi um alento ao governo fluminense e municípios do interior. Mas agora, de uma só vez, a Câmara resolve não apenas mudar as regras sobre o pré-sal, como também mexer na distribuição das receitas dos campos em produção. Não foi apenas um ataque aos estados do Rio e Espírito Santo, os grandes produtores do petróleo no Brasil. Foi um atentado à constituição nacional. Então, devemos solicitar a partilha dos recursos obtidos com os minérios de Minas, a produção industrial de São Paulo e assim por diante. Sei que os recursos do petróleo são mal aproveitados, principalmente no interior do Estado, mas essa é outra discussão. Os royalties devem ser repassados ao estados produtores por uma questão de justiça.

Um comentário:

MM disse...

Desculpe-me professor, não vou comentar sobre o tema, porque não está em mim agora. Coisa de aluna rebelde que já foi reprovada. Desloco minha atenção para o “se”, palavrinha que aprecio não pela ilusão que proporciona, mas pelo espectro de possibilidades. Como estou fugindo do assunto e falando de algo que não está em comento, trago à baila meu tormento e saio devagarzinho à francesa, mencionando o que os próprios franceses dizem: “Avec un si on peut mettre Paris dans une bouteille”. Deixo a frase citada ao sabor de qualquer exegese menos distraída.