20 de jan. de 2010

A ESCADA

Alinhei a escada de forma precária e subi. O espaço entre a lage e o telhado era uma grande sauna a vapor. Não havia spray de eucalipto, só mofo. Os raios de sol violavam as telhas quebradas e se espalhavam como pequenos fantasmas. Não havia morcegos ou aranhas. Aos poucos troquei as telhas, banhado em suor. Muita terra caiu em meus olhos, arranhei as costas e o joelho. O azul do céu, lá fora, era tão inocente quanto inclemente. Do alto da escada eu olhei o horizonte e Deus não estava lá...

Um comentário:

MM disse...

Comecei tocando violão, “caminhando e cantando e seguindo a canção”. Alguma coisa categoricamente proibida num passado qualquer. Hoje parece tão inocente... Acho que sempre o foi. Poucos acordes, fáceis posições. Pensei que pudesse dominá-lo em minhas mãos.