30 de out. de 2009

ESTRANHO, DIZEM

A noite recebe o que o dia o digeriu, aguardei uma palavra e recebi o vazio. Sou estranho, dizem, e com alguma dose de razão. Mas estranho é simplesmente o que foge à normalidade - este quase sinônimo de mediocridade. Uma semana tão intensa que o corpo fritou no asfalto, clamando por descanso e remédio. Gostaria de esclarecer que a poesia não é somente uma forma literária de dizer as coisas é também um estado de espírito. Bem, agora que há mais seguidores, devo moderar meus delírios. A camisa de força é sempre o outro, o inferno de Sartre. O outro que também somos nós - até hoje não consegui localizar o autor deste raciocínio. Um sono atroz me convida a sonhar com qualquer desejo antigo. Estou hoje com uma enorme vontade de conversar sobre qualquer coisa. E me lembro de qualquer coisa para afugentar as vontades. A noite se parte em pedacinhos de mosquitos. Eles querem morder o meu pé.

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