12 de jul. de 2009

O CORONEL IMORTAL

A família Sarney é um exemplo típico de coronelismo. O patriarca, José Sarney, já foi e fez de tudo na seara política e adjacências - até "imortal" da Academia com uma obra literária pífia. Eu não simpatizo com esses representantes do atraso, remanescentes dos espúrios acordos da República Velha. Entretanto, essa avalanche de denúncias é orquestrada, tem o propósito claro de derrubar o presidente do Senado. De uma hora para outra surgem acusações diárias e no momento a pressão por sua renúncia ao posto é insustentável. Eu suponho que todos esses senhores que comandam a política nacional tenham lá suas maracutaias: nepotismo, corrupção, enriquecimento ilícito, enfim. A questão com o velho senador é política. É uma luta entre facções e interesses, tendo como fundo a próxima eleição presidencial e o apoio do PMDB. A utilização da opinião pública é um fenômeno interessante do ponto de vista sociológico. Mais interessante ainda seria esclarecer os bastidores, pois dessa ópera-bufa estamos fartos.

2 comentários:

Aline disse...

Só muda o período mas a história é sempre a mesma...as peças se movem de acordo com o jogo de interesses e as alianças se desfazem como fumaça...Talvez os atos secretos de nomeação de parentes não tenham agradado à todos e assim é hora de mandar o cacique "rodar"...A política é a chave do poder...mas cá entre nós, a fechadura está enferrujada...

Unknown disse...

Tudo parece normal e pequeno,e é um exemplo do velho vício brasileiro que tem piorado nos últimos tempos.
A verdade é que o Brasil é coloquial, feito de pequenos ladrões, sujas alianças políticas, corrupção endêmica e incompetência administrativa.
Concordo com Arnaldo Jabor quando ele disse que Sarney é um doudorado. Quem quiser entender esse homem vá ao Maranhão ver a miséria de um estado. E quem quiser entender o Brasil estude minuciosamente a vida de Sarney de 66 até hoje.Explica o país.
Contudo isso, o que mais me desespera é a "sarneização" de Lula. Para defender Sarney, ele relativiza crimes, dá mau exemplo ao defender suspeitas de atos ilícitos. Não é isso o que se espera de um chefe de Estado. É decepcionante que ele não esteja demonstrando preocupação com a corrupção, sobretudo quando seus interreses políticos são prejudicados.
Tudo parece normal. E é um instantâneo do anormal profundo com o qual o país tem convivido.