28 de jun. de 2009

GRANDEZA

Não é difícil escrever. Mas a grande obra... Um autor como Giddens, ou que seja Bauman, por exemplo: várias obras que giram em torno de idéias básicas. Chega a ser cansativo. Mas para ser grande é essencial, qualidade, originalidade, o que não tem muito a ver com a quantidade publicada. É possível estender o raciocínio a outras áreas. Há cantores/compositores de uma ou de poucas músicas - o resto do trabalho não acompanha o nível inicial. Romancistas também - e me vem à mente Joseph Heller, que não era prolixo, mas o trabalho de final de carreira não acompanhou de forma alguma clássicos maravilhosos, como Ardil 22 ou Alguma coisa mudou. Há outros casos que contrariam o exposto: Michel Foucault, Chico Buarque, Machado de Assis, Vinícius de Moraes, a lista é grande. Aqui qualidade e quantidade caminham juntos. O essencial é saber a hora de parar, de dar a vez. É triste ver a decadência. Quando a renovação é impossível, o ideal é procurar inspiração em outro lugar. Nem todos serão grandes - escritores, músicos, dançarinos, cantores, cientistas, jogadores. A sociedade determina seus nichos de grandeza. Mas é possível ser um grande filho, um grande amor, um grande cozinheiro, um grande ser, orador, crente, jardineiro e assim por diante.

2 comentários:

Aline disse...

Um grande coração...e só...

Soraya disse...

Pois é, talvez a obsessão em ser grande naquilo que não depende só de nós seja uma espécie de fuga do que não conseguimos nos tornar embora dependa só de nós. Talvez porque seja mais fácil ficar na expectativa de uma grande coisa do que trabalhar nossos vários talentos. Talvez seja mais difícil do que imaginamos nos livrar do sofrimento de não “ser um grande filho, um grande amor, um grande cozinheiro, um grande ser, orador, crente, jardineiro e assim por diante”. Talvez, talvez, as possibilidades são infinitas... mas sem dúvida a vida se torna mais saborosa quando conseguimos girar em torno desses objetivos que podem parecer simples, mas só parecem...