18 de mar. de 2009

A OPORTUNIDADE E O VERBO

As ruas de uma cidade grande são verdadeiros espetáculos, teatros a céu aberto. De início foi um sujeito que aparentava ser engraxate, entrou numa sapataria e ofereceu seus serviços ao manequim da vitrine. Já num estacionamento avistei os dizeres no vidro de um carro: "Não tem som ou DVD! Já fui roubado!" Gosto de perambular pelas ruas do centro do Rio. Foi lá no camelódromo do Saara que... camelódromo do Saara - que combinação interessante de nomes! Foi lá naquela muvuca comercial que foi mais a forte ainda a sensação de estranhamento. Talvez pela combinação de fatores: desordem, música antiga ou brega e pouca iluminação. Então, o lixo e as mercadorias empilhadas, as muitas cores e odores, as pessoas muitas e suspeitas, foi entre eles que cheguei às capas de celulares. "Prá vc é cinco real, mas não espalha", disse-me o maroto vendedor. Comprei depois uns cabos e fui recolhendo aqui e ali as sentenças: "Caraca! Você ainda pagou o motel pro cara?!" "Se me der duzentos conto leva agora!" "É novo na parada, então tá de sacanagem com a gente, quer aparecer." No meio do povão eu flanava e pensei até em abrir uma barraca de verbos...

2 comentários:

Anônimo disse...

Se foi na terça-feira, eu também estava lá...aproveitando, as cores, os sons e...os preços...Entre o antigo e o novo...a vida continua...bjs

Coral disse...

Podia ter almoçado no "Cedro do Líbano" (Será isso? Propaganda gratuita?), meu sempre bem-vindo JG, e tudo estaria perfeito, porque SAARA é bom demais!
Em Algum Lugar do Tempo.