19 de jul. de 2009

A FESTA DO DESÂNIMO

E eu não fui à festa caipira na casa da Soraya. O tempo foi escorrendo e eu decidi não ir. Não é uma questão de consideração. Eu a considero e muito; sei que já me defendeu, mas ela não sabe que também repeli muitas vezes a maledicência dos outros a ela dirigida. Soraya tem uma personalidade forte - praticamente um crime em cidade provinciana. Não fui por desânimo, falta de roupa caipira e preguiça. Foi uma semana tensa, de conversas pesadas e inusitadas. Há momentos em que é necessário ficar sozinho. Foi uma pena, porque gosto de ver a energia generosa de Soraya, seu jeito de jabuticaba e tamarindo de quintal. Eu conheceria seus filhos, seu marido, seu lar. E me lembraria dos tempos de infância, das casas brejeiras de gente boa. Fui criado em bairros populares ou melhor, pobres sim, e cresci entre atabaques e taróis - gostaria de ver o seu jongo. Vou orientar seu trabalho de monografia num momento bastante crítico de minha vida. Espero ajudá-la e que Xangô ajude a todos nós... Desculpe, Soraya. Eu posso não ir a suas festas, posso vê-la raramente, deixar furos nas coisas que eventualmente você organiza, mas isso não tem nada a ver com o carinho que tenho por você.

3 comentários:

Aline disse...

Ficar sozinho...isso é bom...

Anônimo disse...

Depende...se ficar sozinho sem solidão é bom. Mas se ela chegar... aí já não é legal....

Sá Soraya disse...

Mesmo me dando o bolo, saiba que sempre será meu "MESTRINHO IDOLATRADO" SALVE!!! SALVE!!!!