2 de jun. de 2009

WALTER

O mundo em que vivemos nos predispõe a pensar negativamente. É mais fácil desconfiar que oferecer crédito e enxergar defeitos no lugar de qualidades. Bem, não se pode dizer que a prudência nos torne tão ruins assim, ninguém gosta de sofrer, esta é a verdade. Mas deixo aqui um depoimento. Durante sete anos tive a oportunidade de compartilhar a amizade de um professor chamado Walter. Nunca conheci alguém tão honesto em minha vida - e me coloco no rol da comparação. Sujeito íntegro, incapaz de prevaricar ou fazer mal a quem quer que seja. Culto, inteligente, viajado - provavelmente os adjetivos não sejam suficientes para qualificá-lo. Este ano, numa tacada só, concluiu seu doutoramento e passou na prova de seleção de professores da UFF. Ele merece, como todos aqueles que conquistam posições por meio da dedicação e da competência. Sinto, entretanto, que nossa amizade vai esmorecer. Faz parte da lógica do cotidiano. Este é o lado ruim, mas enquanto isso agradeço a Deus por me colocar ao lado de pessoas tão especiais. Com o Walter aprendi muito, também devo ter ensinado alguma coisa, claro. Foram muitos anos de sorvetes, de livros, de ligações telefônicas que me esquentaram as orelhas, de comentários de filmes, de sonoras gargalhadas...

4 comentários:

Soraya disse...

Dá pra não assinar em baixo dessas palavras? Estou me sentindo uma egoísta porque embora esteja feliz pela conquista mais do que merecida do Walter, não consigo deixar de sentir uma tristeza profunda pela distancia que será inevitável. Sem falar da minha monografia, ainda não consigo imaginar quem mais poderá me orientar.

Aline disse...

O mundo? Não! As pessoas e suas ações. Desconfiar é se manter em guarda, protegido. Estar de peito aberto para receber com coragem o que a existência nos proporciona é escolha de poucos. É como uma manhã de inverno. Quantos tem disposição para sair das cobertas e apreciar o vento frio no rosto, o orvalho nas plantas?
Os amigos são para sempre, mesmo quando sua voz silencia. O café de todos os dias...o que compartilhamos, aprendemos, confidenciamos...fica, é indelével. E como dizia, um outro bruxo, também nascido em junho: "Amigo a gente sente"
O prof. Walter segue seu caminho e você mais cedo ou mais tarde, vai pela mesma estrada...da competência e da dedicação...

Ricardo Carneiro disse...

Esse seu breve relato me fez lembrar, de pronto, a música "Canção da América" do Milton Nascimento. Eu sei muito bem o que passa no coração duma pessoa que vê um amigo se distanciar fisicamente. Não deveria ser assim, mas a vida nos prega isso. O agora Dr. Walter galga mais um passo em sua vida profissional e só nos resta desejar muito sucesso e felicidades. A vida é feita de fases, e essa é mais uma a ser cumprida. Mas isso não é motivo para tristeza: A UFF é logo ali!
"As pessoas são de pedra, mas os corações certamente não"

Patrick Gomes disse...

Muito feliz pelo Walter, e pelo fato de saber que esse cara, e outros feras foram meus professores. Soraya, desanime não... eu oriento vc!!! rsrs