4 de dez. de 2008

MISTERIOSAMENTE SIMPLES

Não há como reclamar de forças maiores. O tempo, por exemplo. Chove, chove e não se pode fazer nada, não há culpados. Desabamentos, perdas materiais e sofrimentos. Houve uma rede de solidariedade aos desabrigados de Santa Catarina a ponto de o governo do estado solicitar que não enviassem mais nada: não há mais lugar para tanta generosidade. Paradoxalmente, as milhares de vítimas da exclusão social, ou da seca nordestina, morrem sem misericórdia. É da natureza brasileira, foge ao interesse da mídia. Ontem a moçoila simplesmente me disse, do nada: então, quer dizer que você é velho? Acusação ou mera constatação? Não tenho como me livrar da idade. Todos envelhecem, não depende da nossa vontade. A chuva, a idade, a exclusão social... Eu me transformo lentamente num taoísta, principalmente depois de uma boa refeição e de uma boa noite de sono. Lá fora um sol enganoso e um vento frio. As poças estão cheias e as ruas esburacadas. Uma pilha de provas para corrigir, um dentista e de prêmio uma barra de chocolate branco no fim da tarde... ô vida boa...

3 comentários:

Anônimo disse...

Espero que você nem tenha respondido...odeio essa palavra velho, como se fosse um objeto, gasto pelo uso...Felizes os comtemplados com fartura de dias...com histórias pra contar, com filhos, memórias, amores...Felizes os que mostram as marcas do tempo vivido...Que importa se a coluna dói!Se não dá para correr a maratona do Rio de Janeiro...Talvez a alma dela seja muito velha...rs

Patrick Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrick Gomes disse...

O dia que o Jornal Nacional lembrar da seca do Nordeste as pessoas vão se importar!

As pessoas são assim: facilmente guiadas, como cegos que recebem ajuda para atravessar a rua.

É essa complexa cultura podre que transforma "O Doce Veneno do Escorpião" em Best Seller e gente experiente em velho!

A vida é mesmo muito boa! Só falta às pessoas aprenderem a usá-la!